terça-feira, 31 de maio de 2011

FHC lança filme sobre descriminalização da maconha



AE - Agência Estado
Às vésperas de completar 80 anos, no próximo dia 18, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso participou ontem no Shopping Frei Caneca, na região central de São Paulo, do lançamento do filme "Quebrando Tabu", um manifesto pacifista a favor da descriminalização das drogas que traz o ex-presidente como âncora.
Para Fernando Henrique, o assunto tem de ser tratado pela perspectiva da saúde pública, lançando mão de teses de redução de danos, sem criminalizar o usuário nem seguir com a declarada "guerra às drogas". O marco dessa guerra considerado pelo filme é a política de tolerância zero contra os entorpecentes iniciada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Richard Nixon, em 1971, no auge do movimento de contracultura, no qual as drogas tinham um papel de protagonismo.
Em "Quebrando o Tabu", entre as entrevistas que faz com familiares de usuários, personalidades engajadas no tema e gestores públicos, Fernando Henrique passa por uma saia-justa ao aparecer ao lado do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Allan Turnowski, afastado de suas funções neste ano sob suspeita de vazar informações de investigação da Polícia Federal para um subordinado suspeito de envolvimento com uma milícia. Para evitar cortar a cena, que mostra o depósito em que a polícia do Rio armazena as armas de fogo apreendidas, a direção do filme incluiu uma legenda explicando o caso Turnowski.
Embora Fernando Henrique afirme que o trabalho seja mais um debate do que uma tese - o ex-presidente concedeu a entrevista antes de assistir à edição final do longa -, não há posições contrárias à descriminalização no filme. "Pensamos, sim, em colocar (contraditório). Mas na hora de editar 400 horas de entrevistas em 75 minutos não dava para pôr o (Jair) Bolsonaro falando e deixar de fora todas as experiências que relatamos", diz Fernando Menocci, de 28 anos, produtor-executivo do filme. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Diga não ao crack!

 

Contra o Crack

  1. Prevenção é arma mais forte na luta contra o crack. Crack não é diversão. O crack é um câncer que não escolhe vítimas. Cada pedra consumida pode ser uma vida perdida. Acordem! O crescimento da violência está ligado ao uso de drogas. Pais: filhos adultos também precisam de atenção. Cuide de seu filho antes que um traficante o adote. Igrejas: promovam palestras de prevenção às drogas. O crack está destruindo vidas e famílias. Defenda a vida. Diga não ao crack!
  2. Ação = reação. Crack = morte Mulheres dependentes de crack geram filhos doentes. Crack é escravidão. Observem seus filhos. Mudanças de comportamento indicam usuário. A sociedade paga o preço da sua escolha. Crack faz humanos virarem zumbis. Decida deixar o crack. Antes tarde do que nunca! Juntos vamos vencer a guerra contra o crack! O crack destrói sonhos de vida.
  3. Quem usa drogas prejudica a si mesmo e também quem não usa. Tenha hábitos de vida saudáveis. Diga não à dependência! Liberte-se! O crack faz aumentar a população de rua. Crack provoca dependência desde a primeira pedra. Pais dêem bons exemplos para seus filhos. Usuários de crack vivem em função da droga. A família precisa investir mais no diálogo. Governo, apoie as Casas de Recuperação. Casas de Recuperação trabalham pela fé!
  4. Pais, observem as amizades de seus filhos. Ajude no sustento de uma casa de recuperação. Você pode precisar dela. Terreno baldio vira reduto de crackeiros. Contribua para a recuperação de um dependente. O crackeiro de hoje pode ser o assaltante de amanhã. O crack é uma epidemia sem barreira socioeconômica. Nem todo usuário de crack é pobre. Mas o crack empobrece... O tratamento é longo,mas vale a pena. Deixe o crack! Pais, exerçam autoridade sobre seus filhos com amor. Não rejeite o dependente. Ele precisa de ajuda.
  5. Quanto mais cedo procurar ajuda, mais rápida a recuperação do dependente Filhos, conversem mais com seus pais De trago em trago a juventude vai embora Ame a si mesmo e não o crack Dependência química é uma doença O dependente de crack só pensa em como conseguir a próxima pedra O drogado precisa de um projeto de vida 
O que é?
O crack é uma mistura de cloridrato de cocaína (cocaína em pó), bicarbonato de sódio ou amónia e água destilada, que resulta em pequeninos grãos, fumados em cachimbos ( improvisados ou não). É mais barato que a cocaína mas, como seu efeito dura muito pouco, acaba sendo usado em maiores quantidades, o que torna o vício muito caro, pois seu consumo passa a ser maior.
Estimulante seis vezes mais potente que a cocaína, o crack provoca dependência física e leva à morte por sua acção fulminante sobre o sistema nervoso central e cardíaco.
Quais são as reacções do crack? O que ele provoca no organismo?
O crack leva 15 segundos para chegar ao cérebro e já começa a produzir seus efeitos: forte aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremor muscular e excitação acentuada, sensações de aparente bem-estar, aumento da capacidade física e mental, indiferença à dor e ao cansaço. Mas, se os prazeres físicos e psíquicos chegam rápido com uma pedra de crack, os sintomas da síndrome de abstinência também não demoram a chegar. Em 15 minutos, surge de novo a necessidade de inalar a fumaça de outra pedra, caso contrário chegarão inevitavelmente o desgaste físico, a prostração e a depressão profunda.
Estudiosos como o farmacologista Dr. F. Varella de Carvalho asseguram que "todo usuário de crack é um candidato à morte", porque ele pode provocar lesões cerebrais irreversíveis por causa de sua concentração no sistema nervoso central.
O crack é uma droga mais forte que as outras?
Sim, as pessoas que o experimentam sentem uma compulsão ( desejo incontrolável) de usá-lo de novo, estabelecendo rapidamente uma dependência física, pois querem manter o organismo em ritmo acelerado. As estatísticas do Denarc ( Departamento Estadual de Investigação sobre Narcóticos) indicam que, em Janeiro de 1992, dos 41 usuários que procuraram ajuda no Denarc, 10% usavam crack e, em Fevereiro desse mesmo ano, dos 147 usuários, já eram 20%. Esses usuários, em sua maioria, têm entre 15 e 25 anos de idade e vêm tanto de bairros pobres da periferia como de ricas mansões de bairros nobres.
Como o crack é uma das drogas de mais altos poderes viciantes, a pessoa, só de experimentar, pode tornar-se um viciado. Ele não é, porém, das primeiras drogas que alguém experimenta. De um modo geral, o seu usuário já usa outras, principalmente cocaína, e passa a utilizar o crack por curiosidade, para sentir efeitos mais fortes, ou ainda por falta de dinheiro, já que ele é bem mais barato por grama do que a cocaína. Todavia, como o efeito do crack passa muito depressa, e o sofrimento por sua ausência no corpo vem em 15 minutos, o usuário usa-o em maior quantidade, fazendo gastos ainda maiores do que já vinha fazendo. Para conseguir, então, sustentar esse vício, as pessoas começam a usar qualquer método para comprá-lo. Submetidas às pressões do traficante e do próprio vício, já não dispõem de tempo para ganhar dinheiro honestamente; partem, portanto, para a ilegalidade: tráfico de drogas, aliciamento de novas pessoas para a droga, roubos, assaltos, etc.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

FHC e intelectuais pedem legalização da maconha


A descriminalização da posse de maconha para o consumo pessoal pode ser uma das saídas para reduzir o dano que as drogas trazem à sociedade. É o que defende o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A sugestão foi dada, ontem, na abertura da 3ª Reunião da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, no Rio de Janeiro.

A proposta está na declaração apresentada pela comissão e será levada para a próxima reunião da Organização das Nações Unidas, que será realizada em março, em Viena, na Áustria, com o objetivo de avaliar as políticas de drogas em todo o mundo.

Saiba mais
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O fracasso do combate às drogas

Sugestões

Além da descriminalização da maconha, a comissão tem várias propostas. Veja quais são as principais:

Diretrizes

- Tratar o consumo de drogas como uma questão de saúde pública.

- Reduzir o consumo por meio de ações de informação e prevenção.

- Focar a repressão sobre o crime organizado.

Iniciativas

- Transformar os compradores compradores de drogas no mercado ilegal em pacientes do sistema de saúde.

- Avaliar, com um enfoque de saúde pública e fazendo uso da ciência médica mais avançada, a conveniência de descriminalizar a posse da maconha para consumo pessoal.

- Reduzir o consumo por meio de campanhas inovadoras de informação e prevenção que possam ser compreendidas e aceitas pela juventude.

- Focar as estratégias repressivas na luta implacável contra o crime organizado.

- Reorientar estratégias de repressão a cultivo de drogas ilícitas.
Quem são

A Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia é composta por 17 personalidades:

- César Gaviria (Colômbia)

- Ernesto Zedillo (México)

- Fernando Henrique Cardoso (Brasil)

- Ana María Romero de Campero (Bolívia)

- Antanas Mockus (Colômbia)

- Diego García Sayán (Peru)

- Enrique Krauze (México)

- Enrique Santos Calderón (Colômbia)

- General Alberto Cardoso (Brasil)

- João Roberto Marinho (Brasil)

- Mario Vargas Llosa (Peru)

- Moisés Naím (Venezuela)

- Patrícia Marcela Llerena (Argentina)

- Paulo Coelho (Brasil)

- Sergio Ramirez (Nicarágua)

- Sonia Picado (Costa Rica)

- Tomás Eloy Martínez (Argentina)

De acordo com o relatório intitulado “Drogas e Democracia: rumo a uma mudança de paradigma”, apresentado ontem pela comissão, as políticas repressivas de combate às drogas na América Latina fracassaram. “É preciso falar com todas as letras: a guerra às drogas é fracassada”, afirma o membro da comissão e diretor executivo da organização não governamental Viva Rio, Rubem César Fernandes.

Segundo Fernandes, na última década o Brasil deixou de ser um país apenas de trânsito para se transformar em um consumidor.

De acordo com ele, ainda, a produção e o preço das drogas não diminuíram ao mesmo tempo em que aumentou a variedade delas. “O mercado de consumo funciona à revelia da repressão. Os lucros são tão altos que os traficantes conseguem absorver qualquer tipo de perda com apreensão”, afirma.

O grupo formado por 17 personalidades e liderado por Fernando Henrique Cardoso e pelos ex-presidentes César Gaviria (Colômbia) e Ernesto Zedillo (México) sugere ainda que a saída está em enfocar o consumo de drogas como um tema de saúde pública e em trabalhar na redução do uso. De acordo com o estudo, isso ajudaria a diminuir a produção e a desmantelar redes de traficantes.

Neste caminho, a nova lei anti-drogas (11.343/2006), que abrandou a punição para os usuários de drogas no Brasil, é apontada por Fernandes como um avanço. Segundo ele, entretanto, é necessário mais. “É um bom começo, mas tem de avançar mais”, diz.

A posição da comissão, contudo, é criticada pelo diretor de inteligência da secretaria municipal antidrogas de Curitiba, Hamilton Klein. Segundo Klein, a nova lei anti-drogas foi um passo para trás. “Só conseguimos combater as drogas com base em um tripé: repressão, prevenção e recuperação”, explica. De acordo com ele, o problema é que os governos trabalham, normalmente, apenas em uma frente: a repressão.

“Fica tudo na conta da repressão. Os trabalhos de prevenção e recuperação estão começando agora”, afirma. Klein lembra, ainda, que países que tiveram ações de liberação de drogas voltaram atrás. “Na Holanda, esse é um problema de saúde pública, eles se arrependeram e estão tendo que voltar atrás”, diz.
A comissão argumenta que a criminalização por si não diminui a demanda, mas implica na geração de novos problemas. A entidade afirma também que o encarceramento de usuários não condiz com a realidade da América Latina, considerando a superlotação, as condições do sistema penitenciário e o fato de o continente ser o maior exportador mundial de cocaína e de maconha. A repressão pura e simples propicia a extorsão dos consumidores e a corrupção da polícia, defende a entidade.


Themys Cabral, com Agência Estado
Fonte:Gazetadopovo


Via: www.guiame.com.br